MP Comunitário discute descarte de lixo em oficina ambiental com moradores do bairro do Vergel do Lago



Experiência bem-sucedida de inserção do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) no seio da comunidade do Vergel do Lago, o programa Ministério Público Comunitário realizou, nesta quarta-feira (22), o III Encontro Local de Educação Ambiental. Especialistas falaram sobre a importância da correta destinação para os resíduos sólidos e quais as consequências à saúde humana e ao meio ambiente quando o descarte do lixo ocorre de maneira inadequada.

“Consequências e doenças ocasionadas pelo acúmulo de lixo” foi a primeira palestra do dia. Ministrada pelo professor doutor Maurício Silva de Lima, ela retratou os perigos causados pelos insetos que se proliferam dentro e nos arredores do lixo despejado nas ruas. “São baratas, moscas, ratos e escorpiões que podem comprometer a saúde da população, uma vez que todos eles transmitem uma série de doenças. A barata, por exemplo, é um vetor da hepatite A. Já o rato, da leptospirose. E os escorpiões são muito venenosos. Em crianças, pessoas com baixa imunidade e idosos, essas enfermidades podem levar à morte. Por isso é tão importante não acumular lixo e não descartá-lo de qualquer forma, sem que ele esteja devidamente acondicionado”, explicou ele.

O biólogo também destacou que o mosquito Aedes Aegypti é capaz de fazer criadouro na água que fica acumulada no lixo. “Muitas vezes, uma tampinha de garrafa já serve para que as larvas do mosquito se desenvolvam. E é importante lembrar que o Aedes é o causador da dengue, da zika e da chikungunya”, acrescentou.
A segunda palestra foi promovida pela bióloga Eva Moraes, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recurso Hídricos.

“Esse tipo de evento é muito enriquecedor e a gente tem a oportunidade de aprender para poder servir melhor a nossa comunidade. É claro que eu quero ser uma multiplicadora desses ensinamentos todos”, afirmou Valdirez Maria da Silva.

Nesse III Encontro Local de Educação Ambiental, dezenas de pessoas foram capacitadas e a ideia é que elas compartilhem todo o aprendizado com seus familiares, amigos e com a comunidade do próprio bairro.

Outras ações

E as atividades não param por aí. No dia 8 de março será a vez da II Caminhada de Mobilização Contra o Descarte de Lixo, que terá como tema a luta da mulher por melhores condições de vida e trabalho. A concentração será na sede do próprio MP Comunitário, que fica Rua Marquês de Pombal, no mesmo prédio do Conselho Tutelar da 2ª Região Administrativa.

O procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, prestigiou o evento, ao lado do promotor Cláudio Malta, que coordenada o MP Comunitário, junto com a promotora de Justiça Maria José Alves. “Esse é um programa que nos enche de orgulho. Ele é muito importante para o Ministério Público Estadual de Alagoas e só existe porque há promotores e técnicos abnegados, que acreditam nesse processo de transformação social, que querem aproximar a nossa instituição da sociedade. É por isso o MP Comunitário terá prioridade na minha gestão e, inclusive, estou buscando parcerias para que ele possa ser ampliado. E uma delas deverá acontecer com o Ministério dos Direitos Humanos”, garantiu o chefe do MPE/AL.

“O MP Comunitário tem uma história linda e a gente já conseguiu desenvolver ações muito bacanas dentro dele, em função da dedicação de técnicos tão comprometidos, como são a assistente social Jediane Freitas e a psicóloga Luciana Dantas. E com esse apoio que ora chega, temos a esperança de que vamos conseguir ampliá-lo. Sentiremos esse impacto em breve e teremos mais pessoas sendo beneficiadas com os nossos serviços”, destacou o promotor de Justiça Cláudio Malta.

O programa

O programa MP Comunitário foi instituído em 2011, com o objetivo de criar e fortalecer instrumentos alternativos para a solução de conflitos, da promoção social e da dignidade humana, com vistas à redução da violência e a criação de uma cultura de paz, reconhecendo e aproveitando os talentos e recursos comunitários.

Para a solução dos conflitos, por exemplo, o programa utiliza a mediação como instrumento alternativo para a solução dos problemas. Os mediadores atendem, diariamente, casos de conflitos existentes entre os moradores do Vergel do Lago e bairros adjacentes. As principais demandas apresentadas estão relacionadas às questões familiares e brigas em função das relações de vizinhança.